Confira dicas para reaproveitar alimentos na sua casa

 

 

Você sabia que o Brasil é um dos campeões no ranking de desperdício de alimentos? Segundo estudos, cerca de 30% da nossa comida é jogada fora, um dado que preocupa, tendo em vista a quantidade de pessoas que passam fome no país. Além disso, o desperdício contribui com o aumento da produção de lixo, agravando problemas ambientais já existentes.

 

"O reaproveitamento contribui de maneira positiva para a conservação de recursos naturais, além de não desperdiçar os nutrientes que esse alimento pode oferecer. No entanto, isso deve ser feito de forma segura, mantendo as qualidades nutricionais e impedindo a contaminação de microrganismos patogênicos", explica a nutricionista Juliana Ramos.

 

Para preservar a maioria das propriedades nutricionais e diminuir a perda de nutrientes de alguns alimentos, existem alguns métodos eficazes. Um deles é a forma de cocção, que deve ser feita preferencialmente no vapor ou com uma quantidade mínima de água. Outra opção é optar por produtos da época, que são mais saborosos e nutritivos, além de serem mais baratos.

 

"É importante que o reaproveitamento dos alimentos seja feito o mais rápido possível, como, por exemplo, usar alguma sobra do almoço no jantar do mesmo dia ou no almoço do dia seguinte", ressalta Juliana.

 

O que fazer com as sobras?

 

Conheça alguns exemplos daquilo que podemos fazer com sobras ou aparas de alimentos:

 

- Carne assada: omelete, tortas, recheios;

- Carne moída: recheio de panqueca e bolo salgado;

- Peixes e frango: suflê, risoto, bolo salgado;

- Aparas de carne: molhos, sopas, croquetes e recheios;

- Arroz: arroz de forno e risotos;

- Macarrão: salada ou misturado com ovos batidos;

- Pão: pudim, torradas, farinha de rosca;

- Feijão: tutu, feijão-tropeiro, virado;

- Hortaliças: farofa, panquecas, sopas, purês;

- Frutas maduras: doces, bolo, sucos, vitaminas, geleia.

Outra forma de evitar o desperdício é aproveitar integralmente o alimento:

- Folhas de: cenoura, beterraba, batata-doce, nabo, couve-flor, abóbora, mostarda, hortelã e rabanete;

- Cascas de: batata-inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga, abóbora;

- Talos de: couve-flor, brócolis, beterraba;

- Entrecascas de: melancia e maracujá;

- Sementes de: abóbora, melão, jaca.

  

Vale ressaltar que as partes não convencionais de frutas e hortaliças são ricas em vitaminas e minerais importantes para o equilíbrio do corpo, como é o caso da casca de banana, que tem mais potássio e vitamina C do que a polpa. Outro exemplo importante é a folha do brócolis, que possui mais vitamina C e carotenoides do que o talo, apesar deste ser mais rico em cálcio.

 

"É importante também lembrar o cuidado com verduras, legumes e frutas não orgânicos, pois normalmente apresentam grande quantidade de agrotóxicos. Por isso, sempre que possível, prefira os produtos orgânicos", afirma a nutricionista, que ainda cita alguns dos hortifrútis mais contaminados com agrotóxicos, segundo estudo da Vigilância Sanitária: pimentão, morango, pepino, cenoura, alface, abacaxi, beterraba, couve, mamão e tomate.

 

Cuidados de conservação

 

De pouco adianta ter a boa intenção de reaproveitar alimentos se você não sabe qual é a melhor forma de conservá-los. Por isso, separamos algumas dicas de conservação para que o processo seja feito da melhor forma.

 

O primeiro cuidado, por exemplo, é com os vegetais crus, os ovos cozidos, a gema crua, a clara em neve, a ave recheada, a maionese, os cremes que tenham leite e ovos como produtos principais, a gelatina pura e as preparações à base de amido de milho, que não devem ser congelados.

 

Com relação aos vegetais cozidos, é preciso fazer o branqueamento, um processo que consiste em ferver vegetais ou frutas por poucos minutos e depois dar um choque térmico com água gelada para cessar o cozimento. De acordo com Juliana, esse procedimento é importante para aumentar o tempo de armazenamento.

 

Outros pontos importantes do congelamento:

 

- Separar os produtos crus dos processados e/ou cozidos;

- Conservar os alimentos vedados;

- Utilização de sacos plásticos apropriados, filmes plásticos ou papéis impermeáveis, sem reutilização dos mesmos.

 

Para descongelar, também são feitas algumas recomendações, já que um descuido nessa etapa pode estragar as anteriores. Por isso, tortas, bolos, doces e frutas devem ser descongelados à temperatura ambiente, enquanto as carnes cruas e queijos devem ser feitos sob refrigeração e os pratos prontos no calor.

 

Tabela: conservação em refrigeração ou congelamento

 

Confira as temperaturas adequadas para melhor conservação dos alimentos em refrigeração:

 

Alimento

Temperatura (ºC)

Validade

Alimento após cocção (exceto pescado)

Até 4

3 dias

Carnes vermelhas e aves frescas cruas

Até 4

3 dias

Hortifrúti higienizado

Até 10

5 dias

Massas frescas "in natura"

Até 4

3 dias

Ovos

Até 4

14 dias

Pescados crus ou cozidos

Até 4

1 dia

Maionese

De 4 a 6

Até 2 dias

Frutas higienizadas e não manipuladas

Até 10

1 semana

Folhas bem secas

Até 4

5 dias

Legumes

Até 4

1 semana

 

Em congelamento:

Alimento

Validade

Linguiça, tender, bacon, presunto, ricota, pizza

1 mês

Hambúrguer caseiro, siri, caranguejo, fígado, pão recheado e massa crua, sorvete

2 meses

Miúdos, peixes crus e com farinha de rosca, vegetais crus, temperos, tortas salgadas, sobremesas, queijos cremosos, alimentos prontos que já foram preparados.

3 meses

Vitela, camarão, torta doce

4 meses

Vegetais cozidos, margarina com sal, queijos firmes, pão francês, bolachas, molho de tomate, sopas

6 meses

Carnes bovinas frescas, nozes e castanhas, frango, peru, vegetais escaldados

 

   



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