Messejana comemorou 406 anos com homenagens ao Padre Francisco Pinto

 

 

 

A construção histórica da cidade de Fortaleza possui uma particular página de sua memória. O surgimento da Aldeia de Paupina, atual Messejana, que nasceu em 8 de março de 1607, ou seja.: completa exatamente 406 anos.

Adauto Leitão é um prestigioso nome entre os cearenses e de relevantes serviços à Comunidade portuguesa

 

Adauto Leitão é um prestigioso nome entre os cearenses e de relevantes serviços à Comunidade portuguesa. (Foto ao lado). Na visão do pesquisador Adauto Leitão, o padre Pinto pregou uma proposta de paz aos índios. Foi o símbolo da conciliação entre os jesuítas e os índios. Ele explica que o governo açoriano tomou conhecimento do legado do padre Pinto através da sua pesquisa científica sobre O Março Zero de Fortaleza, em que relata a chegada de Pero Coelho de Souza e de Martins Soares Moreno, em 1604, e do missionário açoriano, em 1607.

 

Pelo seu trabalho científico, o pesquisador cearense e grande amigo da Comunidade Portuguesa, recebeu do Governo de Açores a Coroa e a Bandeira do Divino Espírito Santo, que, num gesto nobre Adauto doou esses símbolos açorianos para a Matriz de Messejana, onde estão guardados os restos mortais de padre Pinto.

 

Adauto Leitão revelou também que o trabalho de evangelização de padre Pinto se estendeu por toda a área ocupada por Pero Coelho e Soares Moreno, abrangendo desde a Barra do Ceará até o Mucuripe, incluindo também Porangaba, atual Parangaba, e a aldeia indígena de Paupina, hoje Messejana. O nome Paupina é derivação indígena de Padre Pinto (Pai Pina), morto em 1608, na Ibiabapa, por outra tribo indígena, esclarece o pesquisador.

 

A passagem do Açoriano Padre Francisco Pinto representou uma singular página das Missões Jesuítas no Brasil, pois a edificação do aldeamento de Paupina, denominação afetivamente criada pelos índios Potiguares que ali habitavam em homenagem ao Missionário Francisco Pinto, que representou o único caso em que um núcleo de catequese merecesse uma particular nomenclatura para fazer homenagem á memória de um sacerdote, ao invés de o lugar receber um titulo litúrgico.

 

O Padre Pinto foi enterrado em solo da Aldeia de Paupina, no espaço Sagrado, devido à grande veneração que os nativos tinham por seu “pai”.

 

Contam os relatos da Companhia de Jesus, que o Padre Francisco Pinto fez preces aos céus para que chovesse – e não foi por acaso – que na mesma tarde do pedido, precipitou-se intensa chuva. Aquele fenômeno climático fez surgir uma enorme veneração ao Missionário português dos Açores

 

Destaque-se ainda, que outro modo cotidiano do jesuíta com os nativos era de uma intensa e bem amiga relação face à facilidade deste se comunicar com os índios, por larga fluência em língua Tupi, o que contribuiu ao Padre Pinto, certamente, este vinculo tão forte.

 

A ordem Missionária do Padre Francisco Pinto contava também com grandes expoentes Jesuítas, como por exemplo o Padre Anchieta, amigo dileto, que fez um registro de seu “exemplo”, nas várias missões que o Padre Francisco Pinto fez no Nordeste Brasileiro.

 

Por isso, comemorar 406 anos de Messejana, é reviver momentos de historia e de paz e concórdia entre povos, raças, credos e culturas.Na Matriz de Messejana existe um memorial que distingue este ator histórico, que pode e deve ser considerado, exemplo de um Missionário pela Paz, como expressou o Padre Anchieta.

 

Os diversos atos comemorativos dos 406 anos de Messejana tiveram inicio no passado dia 8,  com missa e ato solene na Matriz, em que o professor e historiador Adauto Leitão se referiu à data e à importância do Padre Francisco Pinto, transmitindo ainda, na ocasião a mensagem enviada pelo Governo Regional dos Açores.

 

 

Adauto Leitão - Pesquisador



Exibir todas as reportagens e textos sobre Messejana