A “cidade” Messejana 

 

Nota do Portal Messejana

 

Messejana hoje em dia é praticamente uma cidade, pois tem quase tudo que os habitantes precisam. Inclusive tem os mesmo problemas das grandes cidades, com muitas deficiências nas unidades hospitalares e postos de saúde, violência, falta de mais policiamento ostensivo, fiscalização e maior ação no setor de saneamento básico, trânsito conturbado, dentre outras. A foto ao lado, obtida pela equipe do Portal, guarda lembranças do bom estado de conservação da praça da Matriz, a qual não mais está limpa e bem cuidada como deveria.

 

A “cidade Messejana”

 

No passeio pelo cotidiano de um dos maiores bairros de Fortaleza, um retrato das contradições que marcam a vida da Capital. Messejana, que já foi cidade de Pernambuco, é hoje um bairro que, entre outros paradoxos, ostenta dois grandes hospitais públicos

 

Um dos maiores bairros de Fortaleza já foi município. Messejana, antes mesmo do Ceará ser Ceará, era uma cidade pertencente aos domínios de Pernambuco. Já há muitos anos incorporado à municipalidade de Fortaleza, o bairro guarda uma particularidade: compreende vários "bairros" - mais conhecidos como "comunidades" - dentro de si. Isso faz com que seja formado por realidades totalmente diferentes e, às vezes, conflitantes.

 

Nas andanças pelo bairro nos últimos dias, muitos problemas mas também muitas virtudes de Messejana foram destacadas nas conversas com a população.

 

A primeira grande questão que envolve o bairro é o problema da Saúde. Neste ponto, Messejana vive uma aparente incoerência. No bairro, está um hospital que é referência nacional e que é motivo de orgulho para todos os seus vizinhos. O Hospital do Coração atende gratuitamente pacientes de todo o Brasil e faz dele um dos equipamentos públicos mais conhecidos de Messejana. Além disso, Messejana também conta o Hospital Gonzaguinha, outra unidade de saúde de grande porte.

 

Mas o que só as pessoas que vivem na Messejana e necessitam de atendimento médico da rede pública percebem é que faltam postos de saúde no bairro. Apenas um está em funcionamento para atender a população. Com isso, os moradores de Messejana são obrigados a se deslocar de locais distantes do bairro para conseguir marcar uma consulta e, às vezes, ficar meses à espera do encontro com o médico.

 

O operador de máquinas de móveis, Pedro Marcos Nascimento, 26 anos, é um dos que sofrem com a pouca opção de postos de saúde no bairro. Com sua filha de um ano e três meses colocada na cadeirinha que fica no guidão da bicicleta, ele pedala três quilômetros, tendo que atravessar a Avenida Washington Soares, para chegar até o posto. "É um sofrimento. Sempre tem de vir pra cá. A gente perde tempo e é perigoso. O problema é que sempre tem promessa de que outro posto vai abrir, mas isso não se concretiza", destaca.

 

Além de andar muito para chegar ao posto, que fica atrás da Secretaria Regional VI, as pessoas ainda correm o risco de ficar sem consultas médicas. Tanto é assim que alguns moradores preferem ir a postos de outros bairros. A vendedora de churrasquinho, Jucicleide de Freitas, 18, que tem uma filha de sete meses, diz que fez o pré-natal fora da Messejana. "Eu usei o endereço do meu tio para poder ir em outro posto. Aqui é muito cheio e os pré-natais são apenas um dia por mês. Se por algum problema a gente falta, ficamos dois meses sem ser acompanhadas", disse.

 

Visitar o posto de Saúde da Messejana em qualquer dia por volta das 8h é uma verdadeira aventura. Filas enormes se formam desde cedo para se conseguir marcar uma consulta. Ao todo, segundo informações da direção do posto, são de 500 a 700 pessoas atendidas por dia. "A gente passa de quatro a cinco horas na fila para marcar uma consulta para o mês que vem. Isso é vida? E os nossos afazeres do dia a dia, como fica?" questiona a dona de casa Vanilda Silva Araújo, que disse, após passar quase cinco horas na fila. "Falta médico para fazer ultra-som e também cardiologistas".

 

 

Fonte – O Povo



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