Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

 

 

  

Idealizado pelo ex-secretário de cultura Paulo Linhares, objetivando democratizar o acesso da população à cultura e dinamizar a criatividade cearense, o CDMAC é o maior centro cultural do Estado do Ceará, podendo ser comparado aos centros culturais existentes no Rio de Janeiro e São Paulo. Projetado pelos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo, suas obras foram iniciadas no governo de Ciro Gomes.

 

Em agosto de 1998 alguns de seus equipamentos começaram a funcionar mas somente no dia 28 de abril de 1999, em solenidade de inauguração oficial, com descerramento de placa pelo governador Tasso Jereissati e diversificada programação sociocultural, passou a exercer totalmente suas funções.

 

Dividido em quatro blocos interligados, o complexo abriga o Memorial da Cultura Cearense, o Museu de Arte do Ceará, a Biblioteca de Arte, planetário, cine-teatro (com 267 lugares), dois cinemas com capacidade para 113 e 173 lugares, atelier de arte, auditório (com 120 lugares), anfiteatro (com 840 lugares), salas de aula para cursos de cinema, teatro, design e dança, fast-food, lanchonete, livraria e café climatizado

 

São 30 mil metros quadrados destinados a várias manifestações artísticas: cinema, música, artes plásticas, teatro, literatura, dança e outras marcas que mostram suas cores e sabores.

 

No Memorial da Cultura Cearense pode-se vislumbrar a alma do Ceará: O painel "Ceará - Pré-Histórico" mostra as descobertas paleontológicas feitas no estado; a exposição "Os Primeiros Habitantes do Ceará" exibe um multimídia sobre os índios cearenses; a exposição "Vaqueiro" percorre o universo destes bravos mostrando cenografia, fotografias e objetos ligados ao seu cotidiano. Já a mostra "Admiráveis Belezas do Ceará ou o Desabusado Mundo da Cultura Popular" apresenta a história cultural do estado e seu povo por meio de objetos e obras de arte popular como bordados, quadros, xilogravuras e cerâmicas.

 

Podem ainda ser vistas curiosidades como a célebre rabeca do Cego Oliveira, rabequeiro da feira de Juazeiro, os bonecos de mamulengo de Pedro Boca Rica e os instrumentos da Banda Cabaçal.

 

Já o Museu de Arte do Ceará tem no acervo permanente obras de dois dos maiores artistas plásticos cearenses: Raimundo Cela e Antônio Bandeira. As coleções reúnem técnicas como pinturas a óleo, têmperas e desenhos a nanquim e a carvão, num total de 16 obras de Bandeira e 18 de Raimundo Cela.

 

Conheça mais um pouco sobre a história do "Dragão do Mar".

 

Liberdade. A palavra de ordem dos idos de 1800, no Ceará, também nomeia a jangada que pertencia Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. A jangada foi levada à capital do Império a bordo de um navio mercante, como símbolo da resistência popular abolicionista nas terras de Alencar.

 

O líder dos jangadeiros cravou seu nome na história como o lendário Dragão do Mar, deflagrando a greve dos seus companheiros. Sua ousadia e coragem paralisaram o mercado escravista no porto de Fortaleza nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881. Chico, filho da Matilde tinha, então, 42 anos.

 

Boa parte dos livros de História omite que outros ancoradouros e até mesmo esparsas lideranças da elite econômica do Estado tomaram posição idêntica e interromperam o fluxo de escravos em suas regiões e nas fronteiras com outras províncias do Nordeste, como nos conta a História do Ceará,organizado pela socióloga Simone de Souza (p.179).

 

Antes e depois da greve que eternizou o Dragão do Mar, movimentos libertários como a “Sociedade Perseverança e Porvir”, a “Sociedade Cearense Libertadora” e jornais como o Libertador se destacam pela luta contra a escravidão. Mas foi a firmeza do mulato jangadeiro Chico da Matilde que ultrapassou os limites da província e alcançou o Império, mostrando a força da resistência nordestina que consagrou o maior herói popular da história abolicionista do Ceará.

 

O Dragão do Mar é filho de Canoa Quebrada, Aracati. No dia 15/04 de 1839, o pescador Manoel do Nascimento e dona Matilde Maria da Conceição receberam com alegria o filho Chico. Poucos anos depois, aos oito anos, Chico perde o pai e vai morar com outra família. Aos 20, aprende a ler. Torna-se chefe dos catraieiros (condutores de bote), trabalha na construção do porto de Fortaleza, é marinheiro, e finalmente é nomeado prático da Capitania dos Portos. Com a deflagração da greve, em 1881, é demitido. Três anos depois, com a libertação dos escravos, Chico da Matilde leva a embarcação Liberdade no barco negreiro Espírito Santo para o Rio de Janeiro. Mas a Liberdade ganha asas e toma rumo incerto. O jornalista catarinense Raimundo Caruso, conta original versão nas páginas do seu livro Aventuras dos Jangadeiros do Nordeste:

 

“A jangada Liberdade, de Francisco José do Nascimento, era a clássica, de troncos. Símbolo de uma resistência popular vitoriosa no Ceará, foi levada à Capital do Império a bordo de um navio mercante e, mesmo viajando no porão, inaugura a rota das futuras aventuras dos jangadeiros nordestinos em direção ao Sul. A embarcação foi exibida nas ruas do Rio de Janeiro, sob os aplausos da multidão, e pouco depois é doada ao Museu Nacional, onde foi recebida como valiosa peça etnográfica (...). Em seguida a jangada foi transferida para o Museu da Marinha (...), de onde, queimada, feita em pedaços ou desmontada, desapareceu”.

 

Até hoje não se sabe o destino da Liberdade, que uniu cearenses e permanece no imaginário de todos como a vitória concreta da solidariedade entre as raças, credos e timbres, do sertão ao litoral. Ao lado da vela, a imagem guerreira e emblemática do Dragão do Mar.

 

Endereço: Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema - Fortaleza - Ceará – Brasil

Horário de funcionamento aberto ao público: Terça à sexta, das 8h30 às 21h30. Sábado e domingo, das 14h30 às 21h30.

Telefone Geral: +55-85-3488-8600

Sugestões: ouvidoria@dragaodomar.org.br 

 

 

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