Que tipo de profissional você é?

 

(*) João Ribeiro

 

Uma pergunta que pode ser feita pelas pessoas nas diferentes áreas de atividades. Hoje em dia existem especializações, capacitações, que promovem o nível de conhecimento dos profissionais. Mas isso por si só é suficiente? Como você se comporta no ambiente de trabalho?

 

Não tenho o poder da verdade absoluta e sim alguma experiência no mercado de trabalho. E posso afirmar que há situações críticas, em especial aquelas que refletem crises no emprego e dificuldades para as empresas se manter com todas as suas obrigações fiscais e com seu quadro de funcionários. Todos ficam ameaçados e buscam saídas para resolver os problemas.

 

Frente ao perigo de demissões os funcionários devem se perguntar quanto estão servindo para a empresa que trabalha e em que grau poderia ficar empregado durante um período difícil ou ser demitido por questões de economia. Esta avaliação própria o ajudaria a decidir sobre em que poderia melhorar - se fosse o caso - ou que providência a tomar em uma eventual demissão.

 

A vida profissional

 

Existem diferentes tipos de pessoas e, logicamente, cada uma com pensamentos e posicionamentos diversos para cada situação. Por exemplo, há funcionários que se dedicam exclusivamente nas atividades inerentes a seus cargos e não fogem deste padrão. Por exemplo, uma secretária ou atendente jamais se proporia a realizar um pequeno reparo na rede elétrica ou verificar a possibilidade de consertar um vazamento de uma torneira, mesmo que para isso fosse necessário fazer apenas uma substituição de peças. Alguns mesmos dizem para os colegas “que não podem sujar as mãos” fazendo aquilo que não é de sua atribuição.

 

Por outro lado há quem pense exatamente ao contrário sobre este assunto. São aquelas pessoas desprovidas de qualquer tipo de orgulho profissional que as impeça, por exemplo, de limpar sua mesa de trabalho, trocar uma lâmpada, consertar uma extensão elétrica que possibilitar o uso de algum equipamento etc. Estes profissionais, muitas vezes não são reconhecidos pela empresa em um primeiro momento. Mas é claro que suas atividades, seu empenho, sua dedicação pela empresa são observados. E em um momento de dificuldades, quando a empresa tem que decidir sobre demissões, isso pode ser decisivo.

 

Aprenda o máximo possível

 

Em meu entendimento sempre achei, desde o início de minha vida e, por exemplo, de meus pais, aos quais sou muito grato, que uma pessoa deve aprender tudo o que for possível de modo a contribuir para o ambiente em que está vivendo, ou no caso trabalhando. E assim o fiz durante todos os locais que trabalhei independente do tipo de serviço executado.

 

Educação familiar

 

Quando criança aprendia com minha mãe que tipo de material poderia ser usado para limpar um móvel de madeira, vidros, como proteger fechaduras e dobradiças do desgaste natural etc. E ajudava em casa com a melhor boa vontade. E com o passar dos anos incorporei esta maneira de ser e sempre procedi desta forma. Quando músico, nada me impedia de consertar amplificadores ou mesmo construir caixas de som, limpar os instrumentos e até mesmo de conduzir os meus colegas dirigindo o transporte nas idas e vindas para os bailes. Este foi o reflexo de uma educação que recebi a acho que também por uma característica pessoal. Mais à frente em um serviço completamente diferente da Música, o mesmo acontecia. Na área de Inteligência governamental, como Analista, não me recusava a ensinar como sair de um elevador em pane, com segurança. E de procurar contribuir na área de informática também, apesar de não ser minha obrigação. Nos momentos mais difíceis consegui eu mesmo pintar o meu carro e nele fazer muitos tipos de reparos. Considero que foi extremamente útil para mim e para quem me tinha como funcionário, modéstia à parte.

 

Atitudes diferentes

 

Ouvi relatos de conhecidos que simplesmente não admitem a hipótese de lavar um copo, em casa, simplesmente porque têm serviçais para isso. E que “não se formaram para tais tarefas”. Ora, eu penso exatamente ao contrário: quando necessário executo qualquer serviço mesmo não tenha sido formado para tal... E isso sempre funcionou bem comigo. Mas há outras pessoas que não procedem desta forma. E eu respeito plenamente cada escolha pessoal ou profissional, bem como as diferentes maneiras de agir das pessoas.

 

O ser humano é muito complexo. E dentro desta complexidade existem virtudes, falhas, acertos, deficiências, boa vontade, má vontade etc. E a vida por si só é muito curta e não permite que nos coloquemos em um pedestal em frente a nossos semelhantes. Somos, portanto, muito limitados e podemos avançar muito ainda em nosso desenvolvimento pessoal.

 

Vale refletir um pouco sobre o tema para se aproximar de uma resposta para o questionamento:

Que tipo de profissional você é?

 

 

(*) João Ribeiro é Analista de Informações do Ministério do Trabalho, aposentado, cargo hoje denominado Oficial de Inteligência na atual Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); atuou também na Chefia da Segurança Orgânica, de Informática e da Documentação, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Atualmente é Diretor do Instituto Portal Messejana e escreve também em seu blog, o Blog do João Ribeiro, no qual aborda assuntos de interesse geral da comunidade.

 



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