Saiba como se prevenir da obesidade 

 

 

A obesidade é uma doença que está trazendo grandes preocupações em diversos países do mundo. Aqui no Brasil, ela está perto de ser considerada uma epidemia e, por isso, foi criado o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, comemorado em 11 de outubro. Os órgãos de saúde estimam que, em menos de dez anos, a doença se tornará um problema de saúde pública nacional, pois metade da população adulta já é considerada obesa. Para se prevenir, o ideal é mudar os hábitos alimentares e de vida sedentária por uma rotina mais saudável.

 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) usa o IMC (Índice de Massa Corpórea) para identificar os níveis de obesidade. No texto Como Saber Se Estou Acima do Peso?, você aprende a calcular o seu IMC. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 48% das brasileiras e 50,1% dos brasileiros com mais de 20 anos estão obesos. Outro dado preocupante divulgado pelo instituto é o de que 30% das crianças de 5 a 9 anos de idade está com sobrepeso, assim como 20% dos jovens de 10 a 19 anos.

 

Para a nutricionista da Clínica Reacciona, Natália Baraldi Cunha, o que justifica esses dados é o “alto consumo de açúcar, gorduras saturadas, conservantes e corantes dos alimentos industrializados ou preparados em casa, lanchonetes, padarias e afins, além do sedentarismo. Ambos prejudicam, principalmente, a ação hormonal, queima de gordura e o processo de destoxificação do organismo”.

 

Por isso, os médicos e os nutricionistas esperam que o Dia de Prevenção à Obesidade sirva para que a população pense e discuta sobre o que pode ser feito no combate à doença em nosso país. Esses números demonstram que a obesidade está muito perto de ser considerada uma epidemia no Brasil. Se o ritmo de crescimento do número de pessoas acima do peso for mantido, em dez anos, estaremos com um padrão idêntico ao dos Estados Unidos. Lá, a obesidade já é considerada um problema de saúde pública.

 

Custos públicos da obesidade

 

O principal motivo é que o sobrepeso causado pela alimentação pouco saudável causa doenças como diabetes e problemas cardíacos. Duas empresas de pesquisas, PubMed e Business Source Premier, fizeram um levantamento dos custos da obesidade nos Estados Unidos. Os dados são alarmantes para o Brasil. Lá, uma pessoa com sobrepeso custa US$ 266 a mais aos cofres norte-americanos do que um indivíduo com peso normal. Já o obeso eleva esse valor para US$ 1.723 e o obeso mórbido para US$ 3.012.

 

Além disso, são poucos brasileiros que fazem exercícios físicos com regularidade. O clínico-geral do Hospital Sírio-Libanês, Alfredo Salim Helito (CRM/SP 43.163) afirma que a sociedade é vítima da vida moderna e da grande oferta de alimentos industrializados. “Refrigerantes, biscoitos, carnes processadas, comida pronta e fast foods estão na mesa da população, que consome mais calorias e menos nutrientes. Se somarmos este fato ao sedentarismo, chegamos a um caminho para o sobrepeso e a obesidade”, conta o médico.

 

Outras doenças que estão atreladas à obesidade são problemas no fígado, como o cálculo biliar ou doença na vesícula biliar, problemas pulmonares incluindo a apneia do sono, no sistema reprodutivo de mulheres com irregularidades no ciclo menstrual e infertilidade, doenças cardiovasculares, osteoartrite e até o câncer. Também há evidências em estudos médicos de que a obesidade também esteja relacionada a resistência insulínica, diabetes mellitus, hiperlipidemia, hipertensão arterial, aterogênese e, conseqüentemente, a síndrome metabólica.

 

Previna-se! Mude os seus hábitos

 

Com o aumento de pessoas com sobrepeso, crescem também as dietas – algumas perigosas para o organismo. O clínico-geral Alfredo Salim ressalta que não há fórmula mágica para perder peso. “Somente com uma dieta saudável combinada à prática de exercícios físicos regulares é possível emagrecer”, explica. O médico ressalta que o uso de medicamentos para emagrecer e a realização da cirurgia de redução do estômago devem ser indicados em último caso, quando o paciente corre risco de vida, não responde a tratamentos ou tem obesidade mórbida.

 

De acordo com a nutricionista Natália, a nutrição colabora com o combate à obesidade e suas consequências à saúde, pois de uma maneira geral, todas as vitaminas e minerais estão envolvidos em alguma produção hormonal, via metabólica e sistema de destoxificação do organismo. Para a nutricionista, se alimentar corretamente faz com que o organismo trabalhe de forma mais funcional, queimando gordura e melhorando todos os sintomas, além de trata todas as doenças que estejam relacionadas ao sobrepeso.

 

Alimentos anti-inflamatórios Combatem a obesidade

“Com a introdução de alimentos anti-inflamatórios, como por exemplo as frutas vermelhas, a aveia, o chá verde, peixes, pimenta vermelha, romã, o gengibre e a cúrcuma, entre outros alimentos. Através destes é possível diminuir a atividade ou os níveis dos marcadores inflamatórios e assim combater a inflamação, que provoca também a resistência à insulina”, afirma Natália. “Os alimentos antioxidantes são importantes por diminuírem o estresse oxidativo do organismo e contribuir para a eliminação dessas toxinas”, explica.

 

Muitos alimentos podem ser incorporados à rotina alimentar para que aproveitar o benefício não só anti-inflamatório, mas também antioxidante, entre eles estão:

 

Peixes de água fria e profunda: fontes de proteína e de ômega 3. Exemplos: salmão, atum, arenque, sardinha, cavalinha, entre outros;

Hortaliças verde-escuras: são ricas em nutrientes que combatem a inflamação e os radicais livres. Exemplos: espinafre, rúcula, brócolis, agrião, escarola e couve;

Hortaliças alaranjadas: são fontes de betacaroteno, um excelente antioxidante. Exemplos: cenoura e abóbora;

Frutas: as cítricas são fontes de vitamina C, que atua como antioxidante. As vermelhas, além da ação antioxidante, atuam também contra a inflamação;

Castanhas: castanhas de caju, castanha-do-pará, amêndoas e nozes são alimentos ricos em selênio, que atua como antioxidante, além de possuírem boas gorduras;

Sementes integrais: são fontes de fibras, vitaminas e minerais. Exemplos: linhaça, gergelim, gérmen de trigo (ação protetora contra a poluição), quinua (excelente fonte de proteínas e gorduras boas);

 

Outros alimentos importantes que não devem faltar no plano alimentar para espantar de vez a inflamação são: alho cru, cebola, tomate, pimentão vermelho, feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja, clara do ovo, azeite de oliva extravirgem, óleo de canola, gengibre, couve-flor, nabo, rabanete e repolho. Entre as bebidas que ajudam na dieta anti-inflamatória estão os chás de ervas principalmente o chá-verde e o chá de alecrim. Recomendamos que você leia nosso artigo sobre Chás para Emagrecer.

 

Os amigos do sobrepeso

Assim como existem os alimentos anti-inflamatórios, há aqueles que são inflamatórios, que atrapalham o organismo de funcionar devidamente. Com isso, o corpo gera mais inflamações na tentativa de reverter essa situação. No fim das contas, esses alimentos têm pouca qualidade nutritiva e ainda geram um entrave no processo de emagrecimento.

 

Os grandes vilões da dieta anti-inflamatória são, principalmente, os alimentos industrializados, biscoitos refinados e refrigerantes. Outros que atrapalham a sua batalha contra as inflamações são as massas, as carnes com muita gordura e, claro, as tão criticadas frituras.



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