Mercados públicos de Fortaleza proporcionam vivência cultural na cidade

 

 

 Equipamentos públicos oferecem aos seus visitantes experiências culturais por meio da culinária e das vivências sociais.

 

 

 

 

 

Mercado Central, localizado no Centro, possui mais de 600 lojas

 

Em uma metrópole como Fortaleza, mercados públicos espalhados pela cidade vão muito além do serviço de compra e venda de alimentos. Um breve passeio por esses locais não é suficiente para conhecer cada uma das peculiaridades, mas é capaz de levar o visitante à uma imersão cultural.

 

Desde às 5 horas da manhã, as portas do Mercado São Sebastião estão abertas ao público. Pelos corredores, cores e aromas aguçam os sentidos de quem visita o local. Atualmente, o equipamento passa por revitalização, mas não teve o funcionamento comprometido.

 

Em meio à grande movimentação de pessoas, a constante abordagem dos comerciantes é inevitável. Frutas, verduras, grãos, comidas típicas, panelas, redes e equipamentos para casa são alguns dos produtos oferecidos.

 

Com tranquilidade, Maria de Lourdes, 62, cuida do seu quiosque. Com um sorriso no rosto, ela conta que a relação com o Mercado São Sebastião começou há 17 anos. "Pra mim, o mercado é tudo. É o meu lazer, é a minha casa, eu amo o que eu faço. É muito gostoso o mercado, a gente conhece pessoas novas todos os dias", relata.

 

Vendedora de comidas típicas, Maria conta que os carros-chefes do espaço dela são o carneiro e a buchada, que custam entre R$ 15 e R$ 17. Pratos como panelada, sarrabulho, rabada e galinha caipira também fazem parte das especialidades da casa. "Quem quiser comer uma comida típica da gente, caseira, muito gostosa e muito bem feita, é aqui no Mercado", completa Maria.

Não muito longe dali, ainda no Centro, é possível encontrar outro ponto de interações culturais e sociais na Capital cearense, o Mercado Central. Quem chega ao local é recebido, frequentemente, pelo tradicional toque da zabumba e do triângulo, que constituem as bases do forró, típico da região.

 

Já dentro do Mercado Central, a amplitude da estrutura impressiona. Com mais de 600 lojas, não faltam opções para o consumidor, que pode adquirir desde um pacote de viagem para algumas praias cearenses até peças de artesanato.

Em meio à tamanha concorrência, Carlos Augusto, 35, conta que os 12 anos de trabalho no Mercado Central o fizeram desenvolver estratégias. "Cada um precisa dar o seu melhor. Eu faço o possível para atender da melhor forma possível, que é para a clientela voltar. São muitas lojas, é preciso um diferencial", relata.

 

Carlos conta que 90% das vendas que ele faz são para turistas, vindos, principalmente, da região Sudeste. Segundo o comerciante, o produto mais procurado é a castanha de caju, seguido das peças de artesanato.

Questionado sobre a relação com o Mercado e os atrativos do equipamento, Carlos exalta a cultura cearense: "Quem vem aqui encontra nossa boa cultura, nos produtos, nas comidas, em todo lugar. O foco do mercado é a divulgação dos produtos regionais".

Pouco menos de um quilômetro separa o Mercado Central da faixa litorânea da Cidade, e é justamente próximo à costa que está o novo Mercado dos Peixes, na Beira Mar, reinaugurado em 2016. Em um espaço amplo, onde é possível contemplar a paisagem de cartão postal, os visitantes podem adquirir peixes e frutos do mar frescos.

 

Com a opção de levar o produto para casa ou consumir no local, Alexandre Viana, 43, que trabalha com a pesca desde os 7 anos de idade, afirma que é preciso viver a experiência gastronômica no Mercado pelo menos uma vez. "É uma espaço lindo, temos um pôr do sol maravilhoso. Eu trabalho aqui todo dia e nunca me acostumei, vou ali e bato uma foto. Quem puder, almoce aqui um dia ou venha no fim da tarde", convida.

Alexandre conta que a rotina dela no Mercado é intensa, trabalha das 8 às 22 horas e ainda encontra tempo para pescar, duas vezes por semana, para honrar a tradição passada de pai para filho.

 

Sobre as vendas, ele conta que os produtos mais procurados são o peixe vermelho, a cavala e a tilápia. De acordo com o vendedor, os dias mais movimentados são sexta, sábado e domingo.

Por fim, Alexandre deixa uma sugestão aos futuros visitantes. "Eu digo que venha sem correria, venha para aproveitar a vista. A minha indicação é que peçam uma posta de cavala ou um bom risoto de camarão, não tem erro, vai sair realizado", finaliza.

 

Outros mercados na Capital

 

Em Fortaleza há, ainda, outros mercados públicos, como o Mercado dos Pinhões. Entretanto, de acordo com a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), o espaço passa por reparos e não recebe atividades em decorrência disto. Ainda segundo a Secult, o local receberá em breve um trabalho de restauro que envolve o equipamento e a Praça Visconde de Pelotas, na qual está inserido.

 

Enquanto isso, as atividades do Mercado dos Pinhões ocorrem no Mercado Cultural dos Pinhões, anexo ao original. Lá são realizados eventos como a Feira de Orgânicos, todas as terças-feiras, das 8 às 13 horas. Às sextas-feiras, o equipamento recebe o projeto musical Sons do Mercado, a partir das 18 horas.

 

Outra opção na Capital, o Mercado da Flor está localizado na Praça Joaquim Távora. O espaço tranquilo e cercado pelo colorido das flores e folhas é um ótimo ambiente para quem busca presentear alguém ou mesmo renovar a decoração de casa.

 

Já na Barra do Ceará, a faixa litorânea da região oferece uma versão do Mercado dos Peixes, que possui a mesma proposta do equipamento existente na Beira Mar. A estrutura localizada no extremo oeste de Fortaleza foi inaugurada em 2019.

 

Já o Mercado da Aerolândia segue sem programações públicas. De acordo com a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), o Mercado da Aerolândia permanece fechado, pois está em andamento um estudo de viabilidade para cessão ou concessão do espaço.

Serviço.

 

Fonte – Jornal O Povo

 



Exibir todas as matérias.