8 motivos para fazer (bem) o Enem

 

 

 

Descubra por que é importante prestar o Exame Nacional do Ensino Médio com a máxima dedicação e seriedade

 

Com 4,5 milhões de inscritos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve bater o recorde de participação em 2009. A proposta do Ministério da Educação (MEC) de transformar o Enem em uma prova única para ingresso nas universidades federais aumentou de forma significativa o interesse dos alunos pela prova, que é voluntária e ocorre até novembro (nova data está sendo marcada). Apesar de nem todas as universidades terem aderido ao Enem como critério único de seleção, grande parte o utiliza ao menos como parte do processo seletivo. "E esse, por si só, já seria um bom motivo para prestar a prova com seriedade", afirma Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

 

Até o ano passado, muitos estudantes, para evitar o desgaste de mais uma prova, faziam apenas a parte que lhe interessava do Enem. Se a redação não contava pontos para o ingresso na universidade almejada, por exemplo, era deixada em branco. Resultado: a nota do Enem não refletia os conhecimentos reais daquele aluno e, no seu conjunto, não poderia ser considerada um indicador de qualidade confiável da Educação das escolas e dos municípios. Mas isso deve mudar em 2009. "Os estudantes terão de fazer a prova com muito mais seriedade", afirma o diretor do Inep.

 

Isso se deve não só ao fato de o Enem agora ser o único critério de seleção de 23 universidades federais e de 500 faculdades particulares de todo o país, mas também, a uma série de outros motivos. É muito importante fazer a prova dando o máximo de si porque a nota do Enem constitui o mais importante indicador de qualidade do Ensino Médio brasileiro, tanto para escolas públicas como para as privadas. Especialistas contestam os rankings das escolas divulgados todos os anos, justamente porque muitos alunos não fazem a prova ou não a fazem com a dedicação necessária. Portanto, levar a sério o Enem é uma maneira de ter um indicador de qualidade confiável das escolas. Além disso, serve como autoavaliação para cada um dos alunos e pode ser um "simulador" do vestibular.

 

Se você vai prestar o Enem, leia as dicas abaixo para entender por que ele é um exame tão importante. E, quando chegar a prova, é importante ter uma boa alimentação, dormir bastante e resolver as questões com tranqüilidade. Vai ser bom para você, bom para a sua escola e bom para o Brasil.

 

1 - Serve como autoavaliação

 

Como o Enem é uma prova preparada para os alunos que estão concluindo o Ensino Médio, serve também como uma avaliação individual. "A partir do resultado da prova, o estudante pode descobrir como está ao final da escola, fazer um balanço do que aprendeu e do que não aprendeu", afirma Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, primeiro colocado no Enem 2008 entre as escolas da capital paulista. Além da autoavaliação, é uma oportunidade de os alunos descobrirem como estão em relação aos colegas da mesma escola ou da mesma cidade, por exemplo. "A prova, que tem um caráter interdisciplinar, serve também para que o aluno faça uma avaliação comparativa, verificando como foi o seu desempenho em relação aos colegas e, possivelmente, concorrentes no vestibular", completa o diretor do Vértice, escola que, desde 2005, ocupa a primeira posição no ranking do Enem.

 

2 - É um "simulador" do vestibular

 

Às vésperas do vestibular, ter mais um momento de aprendizado é algo valioso para quem passou o ano estudando. "Embora alguns concursos tenham características diferentes, com conteúdos mais específicos, o Enem pode ser considerado uma prévia do vestibular", diz Blaidi Sant'anna, diretor pedagógico do Ensino Médio da Escola Móbile, terceiro lugar no ranking das escolas da capital paulista em 2008. De acordo com ele, quem consegue ler, interpretar gráficos e se sair bem em uma prova indisciplinar como o Enem também fará uma pontuação boa no vestibular. Por isso, os alunos que encararem o Enem como um "simulador" do vestibular e levarem a prova a sério, já terão passado por uma experiência bem parecida com aquela que enfrentarão quando tentarem ingressar na universidade.

 

3 - Integra a seleção de instituições de ensino superior

 

Para quem pretende ingressar nas universidades federais que adotaram o Enem como critério único de seleção, não é nem preciso dizer que a prova precisa ser feita com muita seriedade. A mudança estréia em 23 das 55 universidades federais do país e em mais 500 faculdades particulares. Outras 500 instituições, entre elas USP e Unicamp, também vão adotar o Enem, mas apenas como parte de seu processo seletivo. Esse é o caso também da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que usará a nota do Enem para compor 10% da nota final do candidato a uma vaga na universidade. "Esses 10% podem fazer a diferença em qualquer curso, mas são importantes principalmente para quem vai prestar para os curso mais concorridos, como medicina e direito", afirma João Pedro Mateos, professor de Química do Curso Positivo. Por isso, vale lembrar: ter um bom desempenho no Enem é importante também para quem vai utilizá-lo apenas como parte da nota do vestibular.

 

4 - Pode se transformar em critério de seleção para futuros empregos

 

Para Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, é possível que a nota no Enem se torne uma referência em seleções de emprego. "Em muitas seleções, é comum pedir que o candidato escreva uma redação. Portanto, é possível que, com o Enem, os empregadores passem a considerar a nota da redação com parte do processo seletivo", afirma. O próprio Inep, que é o organizador do Enem, considera essa possibilidade na sua página na internet, quando enumera os objetivos do exame: "O Enem busca oferecer uma referência para autoavaliação, com vistas a auxiliar nas escolhas futuras dos cidadãos, tanto com relação à continuidade dos estudos quanto à sua inclusão no mundo do trabalho. A avaliação pode servir como complemento do currículo para a seleção de emprego".

 

5 - É obrigatório para quem quer tentar um bolsa no ProUni

 

Um dos critérios para que estudantes de baixa renda consigam uma bolsa de estudos pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) em instituições privadas é ter conseguido obter a nota mínima de 45 pontos no Enem. Essa nota é uma média aritmética entre as provas de redação e de conhecimentos gerais. "Quem vai tentar uma bolsa pelo ProUni não tem nem o que pensar. Tem que fazer tanto as questões objetivas como a redação com muita atenção", diz João Pedro Mateos, professor do Curso Positivo. Mesmo assim, garantir a nota de corte nem sempre é suficiente para entrar no curso desejado, pois as vagas ficam com os candidatos que têm as melhores pontuações. Por isso, é importante que o candidato ao ProUni dê o máximo de si no Enem. Quanto maior a sua nota, maior a chance de conseguir a tão sonhada bolsa de estudos para entrar na universidade.

 

6 - Será um indicador de qualidade das escolas

 

Educadores, professores, diretores de escolas e até o Inep concordam que o Enem não deve ser o único indicador de qualidade considerado na hora de escolher a escola em que uma criança ou adolescente vai estudar, mas é um dos indicadores. E um indicador importante. "O Enem surgiu em 1998, mas o ranking das escolas só apareceu em 2005. Desde então, vem sendo encarado como uma avaliação da escola", conta Gracia Klein, diretora pedagógica do Colégio Pentágono, que ficou na 17ª posição entre as escolas particulares da cidade de São Paulo no exame de 2008. Por isso, quanto mais alunos de uma escola fizerem a prova com seriedade, respondendo a todas as questões e fazendo a redação, mais a nota da escola será um reflexo real da qualidade (ou da falta de) da escola. "Os pais e a sociedade têm o direito de saber se determinada escola é boa ou não", diz a educadora.

 

7 - É um avaliador interno das escolas

 

Analisando o desempenho de cada um dos seus alunos, a escola pode fazer uma avaliação do seu ensino e, assim, melhorar o que precisa ser melhorado. "Com um Enem bem feito pelos estudantes, as escolas têm como ter uma exata noção de como seus alunos estão saindo do Ensino Médio", afirma Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep. Mas, se os alunos não levam a prova a sério, os colégios acabam ficando com uma visão distorcida do seu desempenho. Se os estudantes não fizerem a redação, por exemplo, a escola nunca saberá o desempenho real dos alunos ao final do Ensino Médio. "Por isso, é muito importante que as escolas incentivem todos os seus alunos a fazer a prova, inclusive a redação", completa Tavares.

 

8 - É um indicador da qualidade do ensino de municípios e estados

 

Além de avaliar aluno por aluno e constituir um bom indicador de qualidade das escolas, a nota do Enem pode refletir também a qualidade da Educação nos estados e municípios. A partir desse site , qualquer um pode consultar, além da nota da escola, a nota do seu estado e da sua cidade. Há, inclusive, a possibilidade de verificar se ela está abaixo da média estadual ou da média nacional. Se não estiver satisfeita com a nota, a sociedade tem o direito de cobrar dos governantes (no caso de escolas públicas) uma Educação de mais qualidade. Mas não adianta cobrar se você ou o seu filho não fez a prova com seriedade. Para ter o direito de cobrar, é preciso que cada um faça a sua parte. "Estados e municípios podem usar o Enem para tentar melhorar a qualidade das suas escolas. Por isso, é importante que a nota reflita a realidade", diz Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep.



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