A evolução do Big Brasa ao
longo de sua existência
BIG BRASA – CONJUNTO REVELAÇÃO DE 1971
O Big Brasa foi eleito o “Conjunto Revelação de
O BIG BRASA
Em 1971 o conjunto estava atravessando uma de suas excelentes fases. Através do Lucius conhecemos o Gilberto, um cara que tocava cuíca
BIG BRASA – O CONJUNTO MAIS POPULAR DE 1972
Em 1972, o Big Brasa recebeu o Diploma da TV Rádio e Revista e Prefeitura Municipal de Fortaleza e o troféu “João Dummar”, frutos do Concurso “Os Melhores do Rádio e da TV”. Efetivamente naquele ano o conjunto manteve um padrão de qualidade musical constante, fruto de bons e freqüentes ensaios, equipamentos e instrumental sempre “em cima”. Portanto, com toda a modéstia, nosso grupo fez por merecer a referida homenagem.
A ENTRADA DOS “METAIS” NO CONJUNTO
Pelo meu gosto pessoal, desejava que nosso conjunto sempre tivesse instrumentos de sopro, como piston, saxofone e trombone. Mas em Fortaleza era muito difícil conseguir músicos jovens, mais ou menos de nosso nível, para ingressar no Big Brasa. Quando precisávamos dos “metais” para ocasiões específicas, a saída mesmo era contratar o pessoal da “velha guarda”, músicos veteranos, quase sempre das bandas de música da Polícia Militar e da Base Aérea de Fortaleza. Apesar disso tivemos muitos períodos de sonoridade excelente, com a participação de “metais”.
O Big Brasa teve por algumas vezes saxofonistas. O nosso saudoso Barretinho, ex-integrante do grupo “Os Rataplans”, foi o primeiro a participar do Big Brasa. De início, teve que nos ensinar várias músicas nas quais a presença do saxofone era fundamental, de modo a incrementar nosso som. Esteve no conjunto por uma curta temporada, mas nos transmitiu muito de sua experiência e enriqueceu nosso repertório com sua participação. Muito animado, contagiava todo o grupo e fazia coreografias enquanto tocava seu saxofone.
Mais tarde tivemos o Cefas, de Ipaumirim, o Silvino e o Assis, que também trabalhou com o “Brasas Seis”, além do Messias, este contratado para bailes carnavalescos. Todos contribuíram muito para a diversidade de nosso repertório e sua ajuda foi imprescindível, de modo especial nas festas realizadas no interior do Estado, onde sempre tem que sair um forró, um “Saxofone por que choras” ou outras músicas desse gênero.
Entretanto a presença de metais no conjunto foi marcante com a chegada do Airton e posteriormente do Mairton, ambos excelentes pistonistas, que abrilhantaram o Big Brasa e em muito enriqueceram seu repertório. Airton e Mairton tinham tocado juntos e tiveram sua formação musical na Banda de Música do Colégio Pia Marta. Trabalharam também em outros conjuntos antes do Big Brasa. Com sua experiência de arranjos com metais, principalmente no que se refere aos duetos que faziam com os pistons, a sonoridade do conjunto mudou completamente, e seguramente para muito melhor. Fazíamos arranjos modernos, com improvisações e participações em arranjos de rocks, bem como a execução de diversos clássicos para piston do gênero Herbert Albert.
O PREFIXO - Assim falou Zaratustra
Além dos inúmeros clássicos para piston, com o Airton e o Mairton nós escolhemos um prefixo novo. Chamávamos de prefixo a música escolhida para iniciar e encerrar todos os eventos. O tema escolhido foi “Assim falou Zaratustra”, magnífico, o qual, com um arranjo do Big Brasa ficou especial. Durante o prefixo, para iniciar o baile, fazíamos uma coreografia bem marcada, muito legal, acompanhando o balanço de corpo dado pelos pistonistas. O grupo praticamente só utilizou duas músicas como prefixo, And I Love Her, dos Beatles e Zaratustra. Ambos tiveram suas fases marcantes e são inesquecíveis para mim.
João Ribeiro da Silva Neto
Do livro "O Big Brasa e minha vida musical" (1999)