A importância da leitura

 

 

 

A leitura

 

Descobrir e decifrar

 

O ato de ler implica descobrir e conhecer o mundo. Com ele, desenvolvemos o tempo todo um processo de atribuir sentido às coisas. Pense nos inúmeros textos que você encontra em seu dia-a-dia, enquanto está caminhando em uma avenida, por exemplo: pichações nos muros, outdoors, nomes de ruas nas placas das esquinas, anúncios de lojas, letreiros de edifícios, números das casas, sem falar na banca de jornal, repleta de imagens e manchetes. Na verdade, quase sem perceber, você caminhado por um universo de signos, ou de símbolos, ou ainda de sinais.

 

O sentido das coisas nos vem principalmente por meio do olhar, da leitura: da compreensão e da interpretação desses múltiplos signos que enxergamos, desde os mais corriqueiros, como os nomes de ruas, até os mais complexos, como uma poesia com metáforas e imagens - cujo sentido muitas vezes demoramos para decifrar.

 

A importância da leitura

 

"A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo."

Paulo Freire

 

Afinal por que se afirma que é tão importante ler?... Seria esta apenas mais uma afirmação sem maior sentido, que nos rodeia nesse universo de textos e mensagens, com os quais somos bombardeados diariamente? Decerto que não. Vamos lembrar que o texto - seja de que natureza for - está sempre pronto a ser compreendido, decifrado e interpretado pelo leitor. O processo da leitura exige um esforço com o qual garante uma compreensão ampliada do munda, de nós mesmos e da nossa relação com o mundo.

 

Na Roma antiga, o verbo "ler" - do latim legere - além de ler, também podia significar "colher", "recolher", "espiar", "reconhecer traços", "tomar", "roubar". Portanto, ler, na verdade, é muito mais do que simplesmente reconhecer as palavras e frases dos outdoors de uma avenida, dos índices de desempregos noticiados nos jornais, do discurso político de um candidato à presidência da República, de um poema ou de um conto, de um romance ou de um filme.

 

Ler é compreender os discursos, mas também é completá-los, descobrindo o que neles não está explicitamente dito. Talvez o "recolher" seja buscar as pistas que o texto tem, o "espiar" seja distanciar-se um pouco e não de imediato aquilo que está sendo proposto, "tomar" e "roubar" talvez queira dizer para os leitores estarem prontos a captar, capturar, se apropriar daquilo que está escondido nas entrelinhas de um texto.

 

É assim que a leitura se torna criativa e produtiva, pela descoberta dos sentidos do texto e a atribuição de outros. Do contrário, ela se torna apenas o mero assistir a um desfile de letras, palavras e frases vazias, diante de olhos tão passivos, quanto sonolentos.

 

O mundo simbólico se amplia diariamente. A maior parte dos fenômenos, sejam de natureza política, econômica, social ou cultural, fazem parte de um registro contínuo do homem. Também a reinvenção da realidade por meio dos textos literários, que constroem uma nova linguagem, nos dá a dimensão das emoções, sentimentos, críticas e vivências do homem, na sua busca de sentido para a existência.

 

Nos contos, crônicas, romances, poemas, nos mais variados textos criados, há sempre um universo interior e exterior de pessoas que vivem ou viveram num determinado tempo e espaço. Ler os textos escritos e as diversas linguagens inerentes ao ser humano é ampliar o nosso próprio mundo simbólico, é desenvolver nossa capacidade de comunicar e criticar, enfim, é um ato contínuo de recriação e invenção.

 

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