43 Anos de Jovem Guarda - A Festa de Arromba

 


INTRODUÇÃO

 

A grande Festa de Arromba do rock brasileiro começou precisamente em 22 de agosto de 1965, portanto estamos completando 43 anos do movimento jovem mais expressivo que já houve até hoje. Neste dia, mês e ano a TV Record (Globo da época) colocou no ar pela vez primeira o programa Jovem Guarda. A emissora já tinha excelentes programas musicais de Bossa Nova (o “Fino da Bossa”, com a saudosa Elis Regina e Jair Rodrigues) e de Música Popular Brasileira (o “Bossasaudade”, com os inesquecíveis Elizeth Cardoso e Ciro Monteiro). Era a vez daqueles guitarristas cabeludos, que estavam dominando as paradas de sucesso, ganhar seu horário, com todo o mérito. O programa começava precisamente às 16h30minh, terminava uma hora e meia depois e tinha em seu comando o Brasa Roberto Carlos com participações efetivas da Ternurinha Wanderléa e do Tremendão Erasmo Carlos. As saudosas Jovens Tardes de Domingo ficariam no ar até 1968 e seriam fundamentais para a história da moderna música brasileira.

 

INÍCIO DO ROCK

 

Na verdade o rock brasileiro tinha tido seu pontapé inicial em novembro de 1955, quando a cantora de samba-canção Nora Ney, gravou, em inglês o “Rock Around the Clock”, de Bill Halley e seus Cometas, o primeiro grande sucesso internacional do novo gênero. Rock com letra em português só seria gravado em 1957, com Cauby Peixoto, na época considerado o Rei das Baladas Românticas, ele gravou “Rock and Roll em Copacabana”, autoria de Miguel Gustavo. Elvis já era idolatrado em todo o universo, com isso o comportamento dos jovens traduzia a juventude transviada, ou seja, os rapazes andavam de blusão vermelho, as garotas de calças brim coringa, vinham coladinho nelas, rabo-de-cavalo ao vento, na garupa das lambretas. Tempo das curras, cubra-livre, briga de corrente e outras travessias. Os rádios terminavam a década de 50 tocando rock bem comportado de Demetrius, Sérgio Murilo, Carlos Gonzaga, Wilson Miranda, Betinho e principalmente dos irmãos Celly e Tony Campello. Teve também os irmãos Pavão – Meire e Albert, Ronnie Cord, George Freedman, Célia Vilela, Sonia Delfino e outros. A maioria das melodias eram versões, falava de Estúpido Cupido, Broto Legal, Lacinhos Cor-de-Rosa.

 

ROBERTO E SUA TURMA

 

Na verdade Roberto e sua turma deram o acabamento final naquele rock que rolou entre 1958 e 1965. O rock ganhou um sotaque todo brasileiro, falando a realidade daqui, o que ia à cabeça dos jovens, através de um jeito romântico e bem humorado. A Jovem Guarda começou a ficar em sintonia com as últimas notícias internacionais. Se no mundo inteiro explodia uma nova mulher, mais ousada e participante, eis que aqui aparecia Wanderléa, de minissaia e botinha, enfiando os quadris dançantes na cara da câmara, cantando seus sucessos. A pílula anticoncepcional começava a ser vendida na farmácia da esquina, tornando o desejo sexual uma coisa um pouco menos complicada. É bom lembrar que na época passamos por Golpe Militar, Marcha da Família, Prisões, AI-5. Não era brincadeira. Era um pavor total. A Jovem Guarda fez o possível, bicho.

 

 

43 ANOS DEPOIS...

 

43 anos depois é surpreendente o frescor e a alegria que essas canções ainda conservam, ingênuas como “Tijolinho” de Bobby di Carlo, brincalhonas como “O Bom” de Eduardo Araújo, louvor ao carango como

 

“Carro do Papai” de Ed Wilson, românticas como “Nossa Canção” de Roberto, vibrantes como “Festa de Arromba” de Éramos e outras que continuam fascinando gerações sucessivas. A brasa, definitivamente, ainda mora. A permanência das músicas de Roberto e sua turma vão desafiando as décadas, enquanto a produção universitário-inteligente da época sumiu ao vento. A cada momento um novo ídolo aparecia contagiando toda uma juventude como: Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Ronnie Von, Ed Carlos, Bobby di Carlo, Ed Wilson, Nilton César, Dori Edson, Antonio Marcos, Marcos Roberto e muitos outros, as garotas: Rosemary, Waldirene, Silvinha, Maritza Fabiani, Martinha, Elizabeth, Cleide Alves, Van usa... e os grupos: Renato e seus Blue Caps, Fevers, Os Incríveis, The Sunshines, The Brazilian Bitles, The Bells, Golden Boys, Os Iguais..., os trios: Esperança, Melodia, Três Morais... e as duplas: Os Vips, Leno & Lílian, Os Jovens, Deny & Dino.....

 

AQUELAS TARDES DE DOMINGO

 

Naquelas tardes de domingo o Brasil se ligava na Record com a mudança de comportamento que os jovens dos anos 60 propunham para o mundo. Da mesma forma que o saltitante LOVE ME DO dos Beatles, os arranjos da Motown e os vocais dos Beach Boys, os sucessos da Jovem Guarda são o hino eufórico de uma juventude que não chegou a tomar o poder, como queriam os muros estudantis de maio de 1968 em Paris, mais consagrou a irreverência e o culto à liberdade como a atitude padrão para o resto do século. FECHE OS OLHOS E SINTA, TREMENDÃO: A GATINHA MANHOSA VIVE.

 

 

COLETÂNEA ESPECIAL COM OS MAIORES MEGA-HITS DA JOVEM GUARDA

 

1) ROBERTO CARLOS - QUERO QUE VÁ TUDO PARA O INFERNO

2) WANDERLÉA - É TEMPO DO AMOR

3) ERASMO CARLOS - FESTA DE ARROMBA

4) ED WILSON - SE VOCÊ QUER

5) RENATO E SEUS BLUE CAPS - MEU PRIMEIRO AMOR

6) JERRY ADRIANI - DEVO TUDO A VOCÊ

7) WANDERLEY CARDOSO - O BOM RAPAZ

8) OS VIPS - LONGE TÃO PERTO

9) DENY E DINO - NÃO VIVO NA SOLIDÃO

10) LENO & LILIAN - DESCULPAS

11) GOLDEN BOYS - O FEITICEIRO

12) SERGIO REIS - CORAÇÃO DE PAPEL

13) EDUARDO ARAUJO - O BOM

14) TONY CAMPELLO - ESTRADA DO AMOR

15) OS JOVENS - DEIXE O TEMPO PASSAR

16) THE FEVERS - PRECISO DE VOCÊ

17) THE BRAZILIAN BITLES - LOUCO DE AMOR

18) OS INCRÍVEIS - VAI MEU BEM

19) THE JET BLACKS - MEU SOL É VOCÊ

20) MEIRE PAVÃO - O TIPO

21) ROSEMARY - O QUE TEM VOCÊ

22) SERGIO MURILO - PLAYBOY

23) RONNIE VON - JARDIM DE INFÂNCIA

24) MARCIO GREYCK - SEMPRE VOU TE AMAR

25) MARTINHA - EU DARIA A MINHA VIDA

 

 

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